De maneira geral acreditamos que educar é sempre educar para o bem. Em
família, pelo menos antigamente, chamavam de educada uma criança que se
portava bem diante dos outros, aquela que pedia a benção, que cedia o
lugar aos mais velhos, que não falava palavrões, etc. Ou seja, educada
era a criança que tinha um comportamento cortês e disciplinado aos olhos
dos adultos da família. Para a escola, criança educada era aquela que
aprendia direitinho as lições de português, matemática e ciências e
tinha um comportamento disciplinado. O termo “educar” significa também
criar e nutrir, entre outros significados; criar ou nutrir para viver
neste mundo. Educadores são aquelas pessoas que cuidam de outras pessoas
para que elas possam viver bem suas vidas neste mundo. Só que os
educandos são educados por pessoas, por grupos e instituições, e essas
pessoas, grupos e instituições têm suas aspirações, suas ideologias,
suas crenças em relação ao que é melhor para cada pessoa ou sociedade.
Na sociedade alemã, ao tempo de Hitler, julgava-se que educar bem era
educar os jovens para serem nazistas. Crianças e adolescentes podem
viver em meio a grupos que as educam para serem criminosas. Paulo Freire
educava camponeses para terem consciência da vida injusta que levavam
no campo e construírem instrumentos para superarem essa condição.
Educar, portanto, é educar para o bem ou para o mal, dependendo dos
olhos de quem vê a educação e a sociedade.
Fonte: Blog do João Freire
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