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sábado, 13 de outubro de 2012

SE ESTA RUA FOSSE MINHA

Hoje é o dia da criança. Em homenagem a todas as crianças do mundo, e a toda criança que ainda somos, uma poesia que fiz tempos atrás.
 
“Se esta rua fosse minha, eu mandava ladrilhar toda a calçada com jogos de Amarelinha.
E bem no começo da rua, eu pregava um cartaz que dizia: “É permitido brincar.”
 
Se esta rua fosse minha, as crianças tiradas da rua podiam voltar sem medo.
E eu nunca mais permitia, que fossem levadas prá longe.
 
Se esta rua pudesse ser minha, eu ensinava todas as crianças a jogar as Cinco Marias.
E às terças, no fim da tarde, aquelas avós boazinhas contavam antigas histórias aos mais pequeninos.
 
Ah, se esta rua pudesse ser minha! Eu a enchia de jogos, de Futebol, de Queimada e de Lenço-Atrás.
 
E lá na grande amoreira, eu fazia uma escola bonita, e a gente aprendia brincando.
Mas se esta rua fosse minha, para passar por ela, tinha que aprender com os velhos, a jogar o Jogo da Velha.
 
E sabe aquela gente apressada, sisuda, mal-humorada? Só passavam na minha rua dançando cantigas de roda
 
Se esta rua fosse minha, eu mandava ladrilhar ela inteirinha, com jogos de catavento, balanço, pipa e pião.
 
E em cada árvore eu construía uma cabana de tronco, e em cada esquina, um campo de jogar botão.
 
Se esta rua fosse minha, toda criança sabia, dizendo que faz-de-conta, viajar pra qualquer lugar.
 
E se houvesse sofrimento, também com um faz-de-conta, ninguém mais sofria de fome, doença ou ingratidão.
 
Esta pequena rua, que um dia já foi minha, ia ser de toda a gente que acha que ainda é criança.
 
E se um dia eu ficasse sozinho, por causa de algum abandono, a rua me ajudaria.
Eu me deitava no chão, e me punha logo a contar, com as pontas dos dedos da mão, quantas estrelas eu via.
 
No dia em que a rua for minha, eu vou mandar ladrilhar, com pedrinhas de todas as cores, um anúncio bem luminoso: “Aqui é um lugar de brincar”

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